Pesquisa Acadêmica

Mudanças climáticas provocarão perda de habitat para 40 espécies; indica estudo da Ufes

Estudo realizado no Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (PPGCB) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) revela as consequências das mudanças climáticas, resultantes do aquecimento global para 40 espécies (nove marsupiais e 31 roedores) de pequenos mamíferos não voadores da Mata Atlântica e do Cerrado.

Segundo a pesquisa, haverá uma redução de habitat no futuro para as espécies de ambos os biomas, mas principalmente do Cerrado. Como consequência da maior redução de habitat, espera-se que o Cerrado abrigue proporcionalmente mais espécies ameaçadas de extinção do que a Mata Atlântica.

A pesquisa, intitulada Impacto das Mudanças Climáticas em Pequenos Mamíferos de dois Pontos Quentes Neotropicais, é resultado da dissertação de mestrado em Biologia Animal de Bruno Henrique de Castro Evaldt, orientado pelos professores Yuri Leite e Ana Carolina Loss, do PPGCB.

Utilizando modelagem avançada de nicho ecológico, os pesquisadores projetaram as áreas adequadas para esses pequenos mamíferos nos cenários climáticos presentes e em quatro cenários futuros de mudanças climáticas a partir das projeções realizadas pelo Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC). Os resultados indicam uma tendência preocupante: em todos os cenários avaliados, os mais otimistas e os mais pessimistas, espera-se que essas espécies percam gradualmente mais habitat.

“As ações que tomamos como sociedade poderão atenuar os impactos, que podem variar dependendo da trajetória de concentração de gases do efeito de estufa e de outras medidas que tomarmos para ajudar as espécies, mas mesmo assim existirão diferenças significativas em relação aos dias de hoje”, alerta Yuri Leite.

Chamado urgente

De acordo com o professor, esse estudo serve como um chamado urgente para ação na conservação da biodiversidade. “Com ecossistemas em risco, é imperativo que abordemos coletivamente as causas subjacentes das mudanças climáticas e trabalhemos em soluções sustentáveis para proteger a preciosa biodiversidade de nosso planeta”, completa.

A pesquisa contou com apoio financeiro da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes).

Texto: Sueli de Freitas
Foto: Acervo da pesquisa

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