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Pós-graduação brasileira: desafios e perspectivas

A pós-graduação no Brasil, apesar de ter se desenvolvido significativamente nas últimas décadas, ainda enfrenta desafios relacionados à desigualdade regional e social. Conforme destacado por Denise Pires de Carvalho, presidente da Capes, em palestra no 40º Encontro Nacional de Pró-reitores de Pesquisa e Pós-graduação (Enprop), a expansão quantitativa dos programas, embora importante, não é suficiente para superar as assimetrias existentes.

“Muito foi feito, mas ainda é pouco. O país ainda é muito desigual. Essas assimetrias precisam ser consertadas”, defendeu a professora Denise. A necessidade de fortalecer a qualidade e a relevância dos programas de pós-graduação nas regiões menos desenvolvidas é fundamental para que as pesquisas geradas contribuam para o desenvolvimento local.

A reitora Sandra Regina Goulart Almeida, por sua vez, ressaltou o reconhecimento internacional da pós-graduação brasileira, fruto do investimento em agências de fomento como a Capes e o CNPq. No entanto, a professora Denise apresentou dados que evidenciam as disparidades existentes, como a diferença no número de doutores por cem mil habitantes entre as regiões do país.

“Em todo lugar a que nós vamos, a pós-graduação brasileira é mencionada com muito respeito e deferência. O entendimento é de que o Brasil conseguiu o que nenhum outro país da América Latina conseguiu, que é um sistema robusto de pós-graduação”, afirmou a reitora Sandra.

Desafios e perspectivas

A presidente da Capes destacou a importância de considerar a interseccionalidade ao analisar as desigualdades na pós-graduação. “Do meu ponto de vista, é fundamental a interseccionalidade. Em minha apresentação, eu mostro, por exemplo, dados de que as mulheres ganham menos que os homens. Contudo, a mulher negra ganha ainda menos que as mulheres brancas. Há, portanto, um agravamento da iniquidade quando levamos em conta mais questões, como as de gênero e as étnico-raciais”, explicou Denise.

Apesar dos desafios, a professora Denise apresentou dados positivos, como a retomada do Programa Nacional de Pós-doutorado (PNPD) e o reajuste nas bolsas de mestrado e doutorado. “O cenário apresentado na comunicação da presidente da Capes é de uma pós-graduação que adentra um período de esperanças, após o ‘longo inverno’ que nós vivemos”, concluiu a reitora Sandra Goulart.

Foto: Jebs Lima | UFMG

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