Uma pesquisa inovadora, liderada pela professora Thaise Gonçalves de Araújo da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), campus Patos de Minas, pode representar um avanço significativo no combate ao câncer de mama triplo negativo, uma das formas mais agressivas da doença.
Em parceria com a professora Lígia Morais, também da UFU, a equipe desenvolveu um novo produto, ainda em fase experimental, que demonstrou eficácia em combater células tumorais em modelos animais. A novidade reside na combinação de dois compostos, ainda mantidos em sigilo, e no uso da nanotecnologia para potencializar o tratamento.
O câncer de mama triplo negativo é caracterizado pela ausência de receptores hormonais que costumam ser alvos de terapias convencionais. Essa característica o torna mais difícil de tratar e com menor taxa de sobrevivência, especialmente em mulheres mais jovens e afro-descendentes.
“Nosso objetivo é desenvolver terapias mais eficazes e menos invasivas para esse tipo de câncer, que ainda representa um grande desafio para a oncologia”, afirma a professora Thaise Araújo.
Patente e próximos passos
A pesquisa, que resultou em um doutorado e na deposição de uma patente no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), é fruto de mais de uma década de estudos no Laboratório de Genética e Biotecnologia da UFU. A equipe agora se dedica a aprofundar a compreensão dos mecanismos de ação do novo produto e a realizar novos testes, sempre com o foco no bem-estar das pacientes.
A professora Thaise Araújo ressalta a importância de parcerias com outras instituições, como o Instituto de Química da UFU e a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), para o sucesso da pesquisa. Ela também destaca o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e de outras instituições de fomento à pesquisa.
Uma nova esperança
A descoberta representa uma nova esperança para as mulheres com câncer de mama triplo negativo. No entanto, é importante ressaltar que ainda são necessários mais estudos e testes clínicos para que o novo tratamento possa chegar ao mercado e beneficiar as pacientes.
Sobre a pesquisadora
Thaise Gonçalves de Araújo é doutora em Genética e Bioquímica e professora associada da UFU. Atua como docente permanente em programas de pós-graduação e é bolsista do CNPq. Sua pesquisa se concentra no desenvolvimento de novas terapias contra o câncer, com foco em compostos naturais e nanotecnologia.
Foto: Laboratório de Genética e Biotecnologia