De cada dez professores, oito já pensaram em desistir da profissão. É o que mostra a pesquisa inédita Perfil e Desafios dos Professores da Educação Básica no Brasil, divulgada nesta quarta-feira (08/05), pelo Instituto Semesp – entidade que representa mantenedoras de ensino superior.
De acordo com o levantamento, 79,4% dos docentes já pensaram em desistir da carreira em algum momento. Os principais motivos citados estão relacionados ao baixo retorno financeiro, falta de reconhecimento profissional, carga horária excessiva, falta de interesse dos alunos e ambiente de trabalho, falta de reconhecimento (da sociedade como um todo), desgaste emocional (cansaço, estresse), muitas cobranças, falta de apoio e incentivo, e insegurança.
Futuro
Em relação ao futuro profissional, 67,6% se sentem inseguros, desanimados e frustrados. Para os coordenadores da pesquisa, ssses são apenas dois indicadores que comprovam a ausência de políticas públicas e de plano de carreira para assegurar melhores condições de trabalho, e que evidenciam a desvalorização da profissão que toda a categoria sofre atualmente no país.
Os professores ouvidos destacam a necessidade de melhorias não só em questões ligadas à carreira e formação profissional, mas também à segurança das escolas. Entre os respondentes, por exemplo, 52,3% já sofreram algum tipo de violência no desempenho da profissão.
Motivação
Ao serem questionados sobre o que os motivam a continuar na carreira, os docentes citaram questões como conhecimento, os alunos, a transformação social, estabilidade (concurso), a necessidade, entre outros pontos. Entre as respostas ouvidas na pesquisa, estão: “Acreditar em um futuro melhor para os alunos e em uma educação mais qualificada”, “A paixão pelo processo de ensinar e aprender, contribuindo para a evolução das pessoas” e “Gratificação pelos resultados que conseguimos e amor à profissão”.
A pesquisa foi realizada entre 18 a 31 de março de 2024, com 444 docentes das redes pública e privada, do ensino infantil ao médio, de todas as regiões do país.
Veja também
Mais da metade dos professores do país já sofreram algum tipo de violência
