Cotidiano Notícias

Quase metade dos profissionais da educação não tem estabilidade no emprego

Quase metade (45,1%) dos profissionais ativos em redes de ensino estaduais do país não tem estabilidade no emprego, aponta pesquisa feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Estes profissionais trabalham através contratos temporários. 

Os dados mostram também que, das cinco regiões do país, o Centro-Oeste detém o menor número de profissionais estáveis em escolas, ficando abaixo da média, com 47,4%. Entre as unidades federativas da região, o Goiás possui a maior taxa dos profissionais estáveis, registrando 60,7%, contra o Mato Grosso do Sul, que detém a menor estabilidade profissional, 34,9%. Os dados são referentes ao ano de 2021.

Para a secretária de Finanças da Confederação dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Rosilene Corrêa, os resultados reforçam os efeitos das políticas de enfraquecimento do Estado, com reformas administrativas e a falta de concursos públicos efetivos em todo o país. “Se não há concursos, o quadro de educadores é suprido apenas pelas contratações temporárias, o que é conveniente para os governantes do ponto de vista econômico, já que os professores/as acabam tendo o contrato encerrado em, no máximo, dois anos”,

De acordo com o Dieese, a maioria dos estados não alcançou 70% na taxa de docentes estáveis em atividade. 

Para a CNTE, a defasagem no número de servidores por carreira na educação tem afetado o Plano Nacional de Educação (PNE), como a meta 18, que estabelece a ocupação de, no mínimo, 90% de profissionais do magistério em cargos efetivos nas escolas a que estão vinculados. O objetivo da meta 18 é voltado para a valorização da carreira dos profissionais de educação básica, tornando-a atrativa e viável. 

Segundo Rosilene, o Brasil ainda vive uma difícil realidade de ter poucos concursos, o que acaba reforçando a política de contratações temporárias. Ela diz que, com o alto rodízio dos profissionais nas escolas, a qualidade do trabalho do educador sofre prejuízos pelo vínculo com a comunidade escolar e com os estudantes, já que o profissional não permanece mais de dois anos na mesma instituição.  

“Essa terceirização é a realidade na maioria dos estados e municípios, com a precarização, inclusive, da remuneração, onde os professores recebem salários abaixo do que concursados efetivos possuem, muita das vezes, sem nem o cumprimento da Lei do Piso”, completa.  

Foto: EBC

Post Relacionado

Cotidiano

Militares e servidores da SFMG ganham mais do que professores

Monitoramento feito pelo Núcleo de Estudos Sóciopolíticos (Nesp) da Puc Minas, mostra que as remunerações auferidas pelos agentes de segurança
Cotidiano

UFLA divulga editais do Processo de Avaliação Seriada

A Coordenadoria Geral de Processos Seletivos da Universidade Federal de Lavras (Cops/UFLA) publicou, na sexta-feira (14/7), os editais para as