O glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde. A doença está associada, principalmente, ao aumento da pressão interna do olho e atinge o nervo óptico, responsável pela conexão entre o olho e o cérebro para formar a visão.
Uma pesquisa realizada na Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) propõe um novo tratamento para o glaucoma com base na acetazolamida, substância que bloqueia a produção do fluido ocular ‒ o humor aquoso ‒ e, assim, pode levar à diminuição da pressão dentro do olho.
O trabalho, apresentado como tese de doutorado pelo farmacêutico Pedro Henrique Reis da Silva, propõe a aplicação do fármaco por meio de um implante intravítreo, dispositivo biodegradável com menos de um centímetro, que é inserido no olho por meio de cirurgia. Uma das vantagens dessa solução seria o custo mais baixo em relação a outros tratamentos já existentes contra o glaucoma.
Os resultados dos testes de eficácia realizados in vitro (em laboratório) e in vivo (com animais) foram considerados satisfatórios. Alguns pacientes que já esgotaram outras possibilidades terapêuticas tiveram acesso ao novo tratamento off label (antes da regulação dos órgãos competentes). Mas, para que o tratamento seja disponibilizado para o público amplo, são necessários ainda testes em larga escala e com humanos.
O estudo foi realizado sob orientação do professor Christian Fernandes e coorientação dos professores Armando da Silva Cunha Júnior e Gerson Antônio Pianetti, da Faculdade de Farmácia da UFMG. A pesquisa contou com parceria da Fundação Ezequiel Dias (Funed) e do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
Foto: UFMG